Processo criativo - um exercício para uma “vontade de sentido”

O psiquiatra vienense Viktor Frankl sempre defendeu que a vontade de sentido é um interesse primário de qualquer indivíduo. O ser humano procura sempre um significado para a sua vida, e ele está sempre se movendo em busca de um sentido para o seu viver. Em um dos seus livros, ele escreve:

"… apenas as possibilidades — as oportunidades de fazer qualquer coisa com relação à situação real — são passageiras. Desde que tenhamos realizado a possibilidade oferecida pela situação, desde que tenhamos dinamizado o sentido que a situação tem em si, nós teremos transformado aquela possibilidade em uma realidade e teremos agido assim de uma vez para sempre. A coisa não estará mais sujeita à transitoriedade." (pág. 41)

A partir dessa defesa do sentido da vida, podemos dizer que processos criativos e a mentoria criativa não são só para os artistas, e nem só para produzir objetos de arte. Criar é um gesto especificamente humano, e uma forma de responder à realidade com a própria presença e autoria, transformando uma possibilidade de ser em realidade.

Na metodologia Arké, entendemos que um processo criativo é aquele que move o indivíduo na sua resposta para a vida, para o momento em que se encontra e que o fortalece na sua existência íntegra.

Quando falamos que é hora de tirar um projeto da gaveta, na verdade estamos perguntando: qual é a sua vontade de sentido? O que é que move sua vontade de autoria? É uma ação no mundo? Um gesto artístico? A defesa de uma ideia que quer expressar?

Nesse sentido, ter alguém disponível a uma escuta ativa contribui muito para que essa autoria possa não só se realizar, como também se tornar comunicável para além do indivíduo. Esse trabalho inclui:

  • uma curadoria de conteúdos e expansão do horizonte simbólico e imaginativo no processo de pesquisa, com parcerias nas leituras, nas andanças pela cidade em busca de referências, nas pesquisas de autores e referências..

  • uma cuidadoria dos sentidos vividos e trabalhados no processo: será que os olhos estão vendo mesmo a realidade? Ou estão domesticados pelo tempo e precisam se abrir mais para o mundo? Será que os ouvidos têm estado em consonância com os sons do ambiente, ou têm se fechado àquilo que não se encaixa numa determinada perspectiva? A

    Adriana Costa tem escrito no seu blog uma sequência de artigos sobre a forma como orientamos nossa investigação sobre os sentidos. Vale a pena ler os textos para entender melhor.

    No site da Residência Criativa, na seção "Artigos", você também pode ler sobre a forma como compreendemos os processos criativos e o lugar que eles ocupam na nossa pedagogia dos sentidos.

    Frankl está certo quando diz que transformar uma possibilidade em realidade é tirá-la da transitoriedade e guardá-la para sempre no baú de tesouros da nossa narrativa. Somos muito mais que momentos e sobrevivência aos problemas do cotidiano. Somos seres criativos, e a cada ato, damos nova forma ao mundo em torno de nós.

    Escreve pra gente e vem conhecer o trabalho do Arké.

    Vem tirar o seu projeto da gaveta. A gente te ajuda a atravessar o labirinto, esse labor intus de criação.

Anterior
Anterior

Orides Fontela e a atenção às estranhezas de todos nós.

Próximo
Próximo

Regenerar sentidos - os sentidos da mentoria Arké.