Todos nós temos uma pergunta de alma, no nosso íntimo, que só cabe a nós intransferivelmente, descobrir as respostas. Mas não é fácil parar e pensar sobre isso, porque na maioria do tempo estamos cumprindo tarefas e deveres que parecem que não nos foram dados por nós mesmos.

Num gesto tão delicado, uma forma de aprender a viver o tempo, a presença, a luz e a eternidade. Quando alguém cria, (in)forma o mundo. Dá forma e compreende.

Quando tomamos por essencial o registro do processo na mentoria, estamos apostando na educação verdadeira que o movimento de criar significa. E mais ainda! Estamos também numa pesquisa sobre diferentes formas de abordar os sentidos apreendidos na criação.

Acho que o poema de Orides Fontela, cujo nome é "Iniciação" é, de fato, um bom começo para prestarmos atenção às coisas.

Quando falamos que é hora de tirar um projeto da gaveta, na verdade estamos perguntando: qual é a sua vontade de sentido? O que é que move sua vontade de autoria? É uma ação no mundo? Um gesto artístico? A defesa de uma ideia que quer expressar?

Somos sujeitos mergulhados no mundo. Em tato e contato com a realidade. Regenerar sentidos é uma forma de rever-nos como sujeitos diante das nossas percepções sobre a realidade, ao mesmo tempo em que mantemos a acolhida do que vem do exterior.

… penso que a compreensão da circunstância é uma forma de valorizar o que existe no entorno e poder tirar dela a plenitude que tem. Mas, a palavra compreensão não está aí só como recurso de linguagem. Compreender é uma palavra que vem do latim e significa "prender com as mãos", "apoderar-se".